Ato 1 – O que é Karatê Kid – Lendas?
Depois de alguns bons anos acompanhando Cobra Kai ou “Karatê Kid a série”, e respirando pura nostalgia em cada temporada, até a sua emocionante finalização, fomos surpreendidos com um longa-metragem novo, que conecta e expande o universo de Karatê Kid. Já que agora, o reboot de 2010, com o icônico Jackie Chan, foi introduzido ao universo do senhor Myiag e do Daniel Larusso. Mas traz uma nova história e um novo protagonista em “Karatê Kid Lendas”, com a seguinte narrativa: “Li Fong, um prodígio do kung fu, se muda para Nova York com a mãe. Ele tenta ficar longe de brigas enquanto se adapta ao novo país, mas sua paixão pelo combate o leva a se inscrever em um torneio de artes marciais.”.

Ato 2 – Comentários gerais
Se você gostou de assistir “Cobra Kai”, “Karatê kid” de 2010 ou o filme clássico, esse filme foi feito para você. Pois, “Karatê Kid – lendas” segue a mesma fórmula dos filmes anteriores, mas com pequenas mudanças, que a princípio seriam bem-vindas, se não fossem mal colocadas na história, o que faz com que certas tramas sejam esquecidas ou só jogadas de qualquer jeito, além de não dar o devido destaque para quem precisava ter, como é o caso, da própria arte marcial, o Karatê\ Kung Fu e os mestres, as lendas que o título busca ressaltar. Dando lugar à introdução do Box e ao treinamento de quem não era para ter tanto foco. Mesmo que os novos personagens sejam bastante carismáticos e você goste de ver eles em tela, o brilho do filme não é esse. Você quer ver as lutas, a construção do grande torneio, o treinamento do Li (Ben Wang), com o Daniel (Ralph Macchio) e senhor Han (Jackie Chan), mas todo esse momento é muito rápido, se apega mais a referências soltas e cenas icônicas da franquia para fingir que teve realmente um foco nesses personagens e o que realmente é “Karatê Kid”. Porém, não quer dizer que não seja um filme divertido e que tenha algumas boas cenas de luta, um humor no ponto, personagens com algum nível de construção e crescimento durante a história. Mas tropeça ao tentar reinventar a franquia e se prende à nostalgia e pequenas surpresas narrativas. Deixando um potencial maior para a franquia em uma possível continuação ou spin-off.

Ato 3 – Direção!
A direção das lendas ficou nas mãos do diretor jonathan entwistle, que já trabalhou em alguns projetos, principalmente em séries adolescentes da Netflix, como: I Am Not Okay With This (2020), The End of the F***ing World (2017 – 2019). E ele tem uma direção legal, quando se trata de momentos adolescentes, escolares, dia a dia, transmitir uma vibe jovem. Mas nas cenas de ação, ele deixa a desejar um pouco, por pequenas escolhas, como deixar de focar na luta para focar no placar, escolhas de plano e contraplano para conseguir deixar o espectador ciente do que está acontecendo, sem precisar fazer múltiplos cortes. Deixando uma direção feijão com arroz, pouco inspirada e até artística, como eram nos outros filmes da franquia.
Ato 4 – Atuações
No quesito atuações, o elenco no geral está de parabéns. Nada digno de um Oscar, mas entregam emoção, entregam carisma e algum nível de profundidade no meio da bagunça do roteiro. O Protagonista, Li (Ben Wang), aparenta ser tímido e frágil, mas mostra que não foge à luta, e só a apanha por artimanha do roteiro, divertido, com um crescimento e superação de traumas do passado. Senhor Han (Jackie Chan), rouba a cena quando aparece, com sua energia lá em cima, coreografias maravilhosas e o humor que só o Jackie consegue fazer. Daniel (Ralph Macchio) faz o básico do que o roteiro tinha para o seu personagem, e ele interpreta o Daniel há anos, então, é basicamente o Daniel sendo o Daniel, só que sem ser tão chato. Mia (Sadie Stanley), tem presença, tem força, mas tem uma história mal desenvolvida, o que limita a personagem. Victor (Joshua Jackson), faz um pai “moderno”, protetor, viúvo que cuida da filha, mas também fica na superficialidade. (mãe do protagonista) Ming-Na Wen, faz o clássico dela, durona, mas carinhosa, também com traumas em relação ao passado, mas nada de desenvolvido. Connor Day (Aramis Knight), o principal antagonista, não tem muitas variações de humor, cara de mal, esquentado, zero construção do porquê ele é assim, e como foi o relacionamento dele, muito culpa do roteiro que não desenvolve o personagem e não do ator.

Ato final – Conclusão
Por fim, “Karatê kid – lendas” é uma mistura nostálgica, com uma história levemente bagunçada, mas que diverte e entretém, principalmente se for fã da franquia ou uma criança, ou adolescente. Então, se você quer um filme bem pipoca, para não pensar, só para divertir, essa lenda é para você.
Em exibição hoje nos cinemas.