Cinema e Séries Sem Tempo Para Morrer – Bond nº 25

Sem Tempo Para Morrer – Bond nº 25

Por Erica Oliveira Cavalcanti Schumacher

Estreia hoje o filme que assinala a vigésima quinta aventura cinematográfica do agente OO7. Sem Tempo Para Morrer (No Time To Die) encerra a participação de Daniel Craig na franquia do icônico James Bond depois de 6 filmes em 15 anos à frente do papel. O ator britânico conclui a missão que começou em 2006 com o episódio Cassino Royale e perpetuou-se em Quantum of Solace, Operação Skyfall e Spectre. O caráter de homenagens e despedida é elemento crucial do longa, que reverencia Craig como o responsável pela transição de um personagem concebido de acordo com os valores dos Anos 1960 e que precisou passar por ajustes nesses últimos tempos – do hábito do fumo até a forma como trata o público feminino, ambos sinais marcantes da caracterização do agente especial.

O Bond loiro soube aliar a manutenção da identidade do personagem aos novos desafios e estimas da contemporaneidade. Vemos o agente duelando de igual para igual com mulheres e se rendendo aos encantos de uma afetividade duradoura. Todavia, todas as novidades que passam a integrar o cardápio do novo filme poderiam soar como infiéis à saga se não contássemos com a primazia de um roteiro que fosse capaz de adequar situações tão contrapostas em um personagem tão renomado.


O tempo de permanência da franquia 007 no cinema coloca a saga dentro das lembranças indissociáveis do universo do cinema. A música-tema, a cena de apresentação, a vestimenta e os carros do agente são todos patrimônios universais da sétima arte. Estar em um cinema par assistir James Bond é um convite ao compartilhamento com uma ideia atemporal. Toda essa concepção está de acordo com a decisão dos produtores de não antecipar a estreia para o streaming durante a pandemia. Programado inicialmente para chegar aos cinemas em abril de 2020, o Bond nº 25 e a despedida de Daniel Craig foram considerados valiosos demais para serem vistos primeiramente em telas particulares. Os produtores chegaram a afirmar que o filme foi pensado para ser uma experiência de cinema que merecia ser visto dessa forma; e o humilde veredicto que lhes passo é que, sim, Sem Tempo Para Morrer é o tipo de longa que paga o ingresso graças a sua ampla exploração do som e da imagem que só a ida ao cinema pode proporcionar.


Filmado em câmeras IMAX, e com direito a abertura especial nessas salas, o novo 007 coloca na tela um passeio internacional entre Itália, Jamaica, Inglaterra e Rússia. James Bond, novamente fazendo uso de um incrível aparato tecnológico, se aventura por paisagens incríveis e situações que farão o público sentar-se na beirada da poltrona. Por falar em aparato tecnológico, é válido destacar a contribuição da Marinha Real inglesa com o filme, pois o navio de guerra HMS Dragon presente na obra, pertence às Forças Armadas de Sua Majestade, assim como o titânico jato de carga C-17 Globemaster (visto recentemente em operação retirando civis do Afeganistão) estão à disposição de Bond e equipe para desbravar o mundo contra um bioterrorista sem escrúpulos. Outro aparato indissociável do personagem são os carros. Aqui, contamos com a apresentação do novo modelo Valhalla hibrido da marca Aston Martin, que há tempos é reconhecida como a marca dos automóveis de James Bond.


O novo antagonista de James Bond é Luytsifer Safin, interpretado por ninguém menos que Rami Malek (imortalizado e oscarizado por sua atuação como Freddie Mercury em Bohemian Rhapsody). Aqui, acompanhamos desdobramentos colocados no roteiro anterior, Spectre, e vilões e amores são novamente colocados como o desafio final de Craig na pele do comandante Bond. O fato de Sem Tempo Para Morrer estar complemente associado à história da trama de Spectre faz com que personagens sejam mantidos, aprofundados e elos com episódios anteriores também corroborem com o deslinde da era Craig na franquia. A ala feminina do longa está perfeitamente bem representada por Lashana Lynch, que vive Nomi, a nova rival de Bond no MI6; Léa Seydoux, a misteriosa Madeleine que acompanha as aventuras amorosas do agente desde o longa anterior; Naomie Harris, na pele de Moneypenny, aliada pontual no cotidiano profissional; e a surpreendente participação de Ana de Armas, que dá vida a inexperiente agente Paloma. A atriz cubana vem colecionando alguns interpretações interessantes em seu currículo e serve aqui alívio cômico e relembra a sensualidade das Bond girls.


Além de ser muito bem concebido no roteiro, percebemos claramente o tom de honraria dedicada ao ator inglês, que se despede da saga e do público sendo reconhecido como alguém que honrou o personagem. Com isso, é possível identificar neste filme uma série de homenagens que foram feitas à contribuição de Daniel Craig, que vem insistindo na aposentadoria desde o filme anterior. O roteiro (sem spoiler) coloca os fãs da saga diante dos novos caminhos que podem ser desenhados. O próprio estúdio avisou que não teremos nenhuma definição do novo Bond antes de 2022, todavia, a obra que estreia hoje já indica possíveis caminhos que poderiam ser tomados para os próximos longas. Nomes como Idris Elba e Hugh Jackman já foram ventilados como possíveis sucessores, mas, como os responsáveis já anteciparam, é hora de curtir a nova estreia e avaliar como o público se comporta com as colocações feitas neste filme.
Por enquanto, vale curtir a técnica visual e sonora que compõe o cenário de Bond e visualizar a face mais humana do agente. Costumeiramente representado como frio, este James Bond está mais impaciente, emocional e exposto a afetações. O treinamento para ser de ferro encontrou algumas lacunas e é interessante essa representação na tela. Vale a ida? Sim, vale demais! As quase 3 horas de exibição são tudo menos enfadonhas.

Por último, destaque para a trilha sonora nas mãos de Billie Eilish, que se encarrega da canção No Time To Die. A cantora se reúne ao rol integrado por Madonna, Adele, Sam Smith, Paul Mccartney e tantos outros cantores imortalizados nas trilhas de cada longa. Todavia, a convocação à aventura permanece nas mãos da música-tema, composta por Monty Normam nos Anos 1960.

007 Sem Tempo Para Morrer estreia no Brasil nesta quinta-feira, 30 de setembro. Confira os trailers nos links a seguir:

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