Cinema e Séries Corra – Um tratado sobre preconceito travestido de filme de terror

Corra – Um tratado sobre preconceito travestido de filme de terror

Por Herbert Almeida

Quando a frase ‘Eu não sou preconceituoso, mas…‘ é dita em uma conversa, pode se preparar para ouvir os mais variados absurdos disfarçados de opinião para justificar as piadinhas infames, os comentários maldosos e, principalmente, os estereótipos que usamos para diminuir pessoas a apenas uma característica de sua personalidade ou de seu aspecto físico. Com estreia marcada para o dia 18 de maio nas salas do Brasil, Corra (Get out, 2017) é um filme que aborda questões raciais de forma inovadora, mas bastante atual. É também o primeiro trabalho como diretor do comediante Jordan Peele, que assina também o roteiro e a produção.

Eu não sou racista, mas: Corra equilibra crítica social e suspense.

Pela premissa, parece uma história bem previsível: Chris Washington (Daniel Kaluuya, de Black Mirror) e Rosie Armitage (Allison Williams, de Girls) formam um jovem casal cujo relacionamento chegou na fase em que o namorado deve conhecer os sogros. Mesmo alertado pelo amigo Rod (o comediante Milton “Lil Rel” Howery) que está ‘entrando numa fria’, eles vão passar o fim de semana na isolada propriedade de Dean (Bradley Whitford, de O Segredo da Cabana) e Missy (Catherine Keener, de Capitão Phillips), pais da moça. Muito bem recebido pelos sogros, Chris desconfia que eles estão tentando lidar com o relacionamento inter-racial da filha, mas, com o decorrer do fim de semana, ele descobre que muitas outras coisas sinistras acontecem por lá.

Entrando numa fria: Chris vai conhecer os pais de sua namorada Rosie.

Sensação no Festival de Sundance em janeiro deste ano, o filme é uma mistura equilibrada de crítica social e suspense. Por um lado, as cenas que retratam situações de preconceito racial causam um certo desconforto por serem tão familiares – como a do policial rodoviário pedindo a documentação de Chris, por exemplo. Por outro, as cenas de suspense causam um tipo de desconforto diferente, fazendo o público agarrar os braços da poltrona. Inclusive, essa é a reação do personagem em um momento crucial do filme. O roteiro é muito bem estruturado, como um quebra-cabeças fácil de montar, mas que só revela a figura quando todas as peças estão encaixadas. À primeira vista, o filme talvez funcionasse sem a questão racial, mas ele ganha uma relevância enorme ao abordar o assunto de forma tão realista. No quesito direção, Jordan Peele é burocrático, sendo um ponto positivo a solução visual encontrada para mostrar o personagem em hipnose.

Lugar profundo: Jordan Peele apresenta boa solução visual para hipnose.

Se você está em dúvida entre correr desse filme ou correr para a sala de cinema, pode comprar os ingressos. Mas, antes de partir para o shopping preferido, confira o trailer abaixo:

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