ATO 1 – O que é Imaculada?
“Imaculada” é um terror psicológico pipoca, com boas ideias, ótimas atuações e falta de ousadia e tempero. Neste terror que mistura o sagrado e o profano misturado com uma terceira via, acompanhamos – Cecilia, uma jovem religiosa, se torna freira em um convento isolado na região rural italiana. Após uma gravidez misteriosa, Cecilia é atormentada por forças perversas, enquanto confronta segredos sombrios e horrores do convento.
ATO 2 – Resenha e comentários gerais
Como dito anteriormente, na trama, seguimos a história da irmã Cecilia (Sydney Sweeney), uma freira estadunidense forçada a se mudar para um novo convento na Itália, sem saber falar uma gota de italiano, pois seu antigo lar fechou. Ao chegar lá, a primeira vista parece um convento normal, contudo nossa protagonista irá descobrir que nem tudo é o que parece dentro de seu novo lar.
Cecilia começa a ter maus-súbitos e perceber comportamentos estranhos por parte das outras companheiras, além de um sacerdote nada convencional, diga-se de passagem. E após misteriosamente engravidar igual à santa virgem Maria, sua vida e aquele convento não serão mais os mesmos. Pois, dito nos trailers, “dor é amor” e “na luz se escondem as trevas”.
Mas mesmo com essa trama instigante, nem tudo é perfeito, e “Imaculada” acaba caindo em um roteiro previsível e com um misto de ideias já utilizadas em outras obras do terror, e não busca inovar, nem arriscar ou desenvolver o universo em que se passa a história. Pois a trama perde algum tempo em ciclos de jump scares, ao invés de desenvolver melhor sua protagonista e os mistérios que envolvem aquele convento e o culto macabro que comanda o lugar.
O roteiro deixa de explorar como o lugar surgiu, como se tornou, o que é no tempo que a história se passa, como seu líder chegou ao posto. Além de não explorar o absurdo do horror e grotesco que a trama possibilitava. Ademais, outro ponto negativo é as escolhas idiotas que os personagens têm, que levam a suas mortes ou muita dor desnecessária, pois parece que não possuem cérebro quando o roteiro quer.
Por fim, o último ato transforma o filme em algo completamente diferente, a protagonista vira o Rambo grávida, o vilão vira um super-humano, e as coisas são extremamente facilitadas. Além disso, a última, que poderia ter sido algo primoroso, acabou sendo algo cômico e medíocre, pois a equipe não teve coragem de chocar o público.
ATO 3 – Direção
Quem comandou esse longa foi Michael Mohan, que, ao que parece, este foi seu primeiro filme de terror. O que mostra o porquê de ele conseguir só fazer feijão com arroz do terror, e não inova ou faz algo novo. Mas ele consegue ter uma ótima fotografia, ótimos planos de perseguição em locais fechados e abertos, além de cenas bastante criativas e até artísticas. Ele também explora bastante os planos abertos, mostrando a beleza do interior da Itália, ou o convento do capeta em que a trama se passa. Suponho que, se ele tivesse sido mais ousado, poderia ter consigo grandes cenas.
ATO 4 – Atuações
Em relação às atuações, eu não poderia deixar de falar da estrela em ascensão e uma das novas queridinhas de Hollywood, Sydney Sweeney. Ela se entrega nesse papel e mostra todo seu potencial, mesmo com a tosquice do ato final. Álvaro Morte (Padre Sal), ou melhor, La casa de papel, também se destaca na atuação e entrega um personagem interessante e que poderia ter sido melhor desenvolvido se o roteiro permitisse. O restante do elenco não tem muito tempo para ser mostrado, infelizmente, apesar de bons personagens, como, por exemplo, a irmã Gwen (Benedetta Porcaroli), mas ela foi colocada de lado cedo demais e não pode mostrar seu potencial.
ATO FINAL – Conclusão
Sendo assim, “Imaculada” no geral, não é um filme ruim, tem coisas bem piores, mas sim, um potencial desperdiçado. Com um elenco primoroso, um começo e meio intrigantes, infelizmente seu fim deixa a desejar, podendo até fazer você rir, dependendo do seu tipo de humor. Então, se você é um amante de terror, ou fã da bela e talentosa Sidney ou do professor La casa de papel, pode ir conferir esta obra levemente profana e se divertir.